Eita saudade cabra da peste
Já fez mais estrago que o bando de Lampião e Maria Bonita
Faz um rebuliço danado
Deixa tudo em polvorosa
Assanha as ideias
Levanta suspeitas
Faz ficar ouvindo vozes
Acreditar no impossível
Faz os dedos falarem
E a língua ficar dormente
Ô saudade desesperada
Pensa que manda
E manda mesmo
Nem digo a ela
Enrolo ela escrevendo
Maltratando quem escuta
Sofre eu, sofres tu
O danado que inventou a saudade
Nem sabe disso tudo
Fica lá longe
Passeando
Contando histórias
Depois que a saudade aqui veio morar
Os olhos não conhecem
Nem verão, nem outono, nem primavera
O tempo todo é inverno
Ô saudade cabra da peste!
12 comentários:
Paula,
vim ver como estão teus bem-te-vis...
E encontro um belo poema sobre a Saudade, essa, pra você, uma "cabra-da-peste".
Por que a tua saudade eliminou do teu olhar três das estações, deixando apenas o frio infernal?!
Que coisa!
Te ajudou a criar um belo texto, mas te impede de ver as flores...
Então, eu te pergunto: pra ser tão doída, e talvez tão doida, é saudade do quê?
Avise-nos, para que possamos fugir desse tipo de coisa!
Abraços, flores, estrelas, primaveras, outonos e verões - enormes e belíssimos, sempre!
Paulinha, esta poesia com "cultura regional" é algo que me encanta. Algumas palavras para mim são estranhos, como por exemplo "cabra da peste" mas confesso que gosto, diferente e foge do meu cotidiano..rsrs...mas é lega. Vcs tem uma cultura riquíssima! abraço, bj e ótima semana
Eita, adorei a poesia, linda de morrer! bj magico para vc
Faz isso não "Ô Arretada" O texto é lindo, mas se estiver refletindo seu momento...faz não minha linda! Precisamos das quatro estações pra vivermos felizes, então corra atrás delas agora...Vá! bjs e abç
saudade arretada essa.
Como diz o Gonzagão: "saudade amarga que nem jiló".
só isso
beijos
a.h.
Saudade é ruim demais...
Certa vez escrevi que a saudade não tem piedade, atropela, não adianta fechar porta e janela, que ela sempre invade a gente.
Mas tem seu lado positivo, a sua saudade resultou num belo poema, gostei muito.
beijos todos e + outros
Paula, saudade às vezes parece que vai rachar nosso peito.
e dessa fenda às vezes escorrem as mais belas palavras que resultam em poemas cheios de intensidade e beleza...
Assim é com vc...
beijos
Ah! Eu adoro poema ssim, feito da simplicidade das palavras, feito da pureza da alma.
Lindo, lindo.
Bjos
** O post - "Perdão", eu realemente não deixei espaço pra comentários, é um pedido de PERDÃO, talvez pra mim mesmo... sei que me entende.
A saudade é implacavel, impiedosa, mas se ela existe é porque alguma coisa valeu a pena, e ainda vale lembrar...beijos carinhosos. e otima semana.
Alguns apagam a memoria, outros vivem dela. Um dia talvez eu sinta saudades de nao sentir saudade.
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