Chove, final de tarde, um pássaro canta. Não sei qual é o pássaro que ainda canta num dia frio, chuvoso, onde o sol se recolheu mais cedo. Meus dedos estão com as pontas frias, o meu coração gelou de repente, está pálido. Os meus olhos nublaram. Procuro enraizar os pés da alma para que o vento frio só a balance, sem arrancá-la do solo fértil. Os pássaros que cantam nas minhas veias, mesmo recolhidos nesta hora cinza, cantam, cantam sempre. Apenas fiquei surda por um momento, só por um momento, enquanto nevava no coração. Vou desenhando com minha palavras árvores frondosas, para não me faltarem pássaros.
21.02.2011
8 comentários:
Por mais bucólica que possa nos parecer a paisagem, é preciso dar tempo aos próprios olhos para vislumbrar sua beleza.
Há os pássaros. Há de se confiar no canto. Dos pássaros! E na voz íntima.
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Bom fim de semana.
Paula, a tua escrita, além de poética, é tão rica de imagens que ao te ler sinto parte do cenário, às vezes pássaro, às vezes árvore, às vezes vento, às vezes chuva. Um ótimo final de semana e um começo de semana de LUZ. Bjos.
se os passaros ainda estão ai, é pq não vem chuva. o tempo nublado e frio ainda é melhor que as tempestades do coração.
bjosss...
até agora sò vi passaros que parecem corvos...e tem um vento daqueles que ululam de dar medo...bem é no 13 andar...
beijos minha otima e tao querida escritora...
Não fiques assim!
Continua a descobrir os teus passaritos e sorri!
Bonito, mas eu gosto de chuva, do clima que fica, o cheiro que precede a chuva e até o espetaculo das gostas caindo lá fora...
Se problemas menina com as visitas menina.
Fique com Deus, menina Paula Barros.
Um abraço.
Paula,
Extraordinariamente belo o que escreveste!
Como ave cantando num campo coberto de neve, assim o teu coração estende os ramos à procura do sol. Pacientemente.
Beijo terno.
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