Eram muitos detalhes. Muitas belezas. Portas, janelas, trincos, flores, aves, escadarias, torres, castelos, vitrais, igrejas, azulejos, .....Uma infinidade de detalhes belos, num todo belo. E eu querendo absorver tudo. Nunca se absorve tudo. Se olhamos o todo, perdemos os detalhes. Se nos detemos aos detalhes, perdemos o todo. Era ansiedade. Era felicidade. Era deslumbramento. Eu não acreditava que estava ali. O sonho se materializava em cada passo. Muito mais do que o sonhado se mostrava à minha frente. Vivia dias de realidade, com as belezas de sonhos, de contos de fada, com a beleza de realidade. Talvez eu tenha me perdido em tantos detalhes, ou me achado. Não sei. Eu queria juntar os sentidos, queria apreender os momentos, queria sentir, sentir, sentir....sentir a beleza que o olhar via, com o pulsar dos sentimentos, com o tato, o paladar, o olfato, a visão, o pensamento, a imaginação, tudo acionado em proporções gigantescas.  Em alguns momentos duvidava que estava ali,  e não tinha certeza se voltaria. E se voltar um dia, eu tinha certeza que não teria a magnitude do que eu estava sentido. E quanto mais eu visse, e sentisse, mais saudade eu sentiria. Eu armazenava momentos, para ter lembranças e para que a saudade tivesse imagens. Naqueles dias eu sentia pulsar em mim a criança que um dia leu sobre portugueses descobridores do Brasil, e me dava conta que esta criança cresceu e descobria um pouco do imenso Portugal, com suas belezas, iguarias, cultura, histórias e portugueses.