quarta-feira, 27 de julho de 2011

série: julgamentos, preconceitos, verdades e limitações


As nossas verdades e nossas certezas, são nossas. Nos mostram caminhos. Nos fazem caminhar. Nos fazem acertar. Mostram quem somos.
As nossas verdades e nossas certezas, são nossas. Algumas introjetadas sem questionamentos. Sem um olhar crítico. Vindas dos antepassados.
As nossas verdades e nossas certezas, são nossas. Elas podem nos descaminhar. Desvirturar caminhos. Atropelar o outro. Ferir, magoar, entristecer, matar. Promover desacertos, e nos levar a erros.
Em nomes dessas verdades e certezas, se ama um Deus, e se mata, em vez de pregar a paz.
Usando-se de verdades queremos enquadrar o outro nas nossas fórmulas de certo e errado. Talvez as mesmas fórmulas que nos aprisionam e nos deixam cegos. E passamos a ser o dono da verdade.
A partir das verdades se tenta pregar o sentido de uma raça limpa. De uma mundo melhor, e se mata indiscriminadamente.
As nossas verdades podem nos tornar preconceituosos. E por estes preconceitos discriminamos. E cometemos crimes. Julgamos, separamos, aniquilamos. Ferimos.
As nossas verdades nos fazem criticar políticos, chamá-los de corruptos e de anti-éticos, nos fazem ficar aterrorizados quando um indivíduo mata pessoas por causa de política, de religião, da raça, da classe social, da opção sexual.
Até onde as nossas verdades estão nos fazendo ter comportamentos discrepantes do que esperamos para o mundo e do que criticamos? Até onde nossas verdades nos deixam intolerantes, preconceituosos, discriminatórios, racistas?
Colocamos nas mãos dos outros um mundo melhor, onde a paz vem do outro e passa a ser esperada. Onde não percebemos que muitas vezes contribuímos para um mundo de desarmonia, e que a paz depende de um ato nosso, no dia a dia.
Nossas verdades nos fazem melhor? Ajuda o outro? Colabora com a paz das nossas relações? Ou somos apenas marionetes delas? Será que feito marionetes somos e agimos manipulados emocionalmente e impulsivamente por elas?

5 comentários:

eder ribeiro disse...

Querida Paula, talvez o que vou escrever aqui seja uma frase batida, mas é uma certeza que trago comigo e foi ensina pelos meus pais: "Deus nos fez diferente para aprendermos um com o outro respeitando essa diferença". Minha filha, com dez anos me chamou para conversar e me disse que na sua escola viu duas garotas se beijando na boca e me falou que teve nojo. Ouve um minuto de silêncio, não sei se ela esperava que eu tecesse um comentário, então, ela concluiu, pai, eu tenho que respeitar, pois sei que muitos não gosta de negros, e se Deus nos fez diferente é aceitar o outro com respeito. Para quem não sabe nós somos negros. Bjos.a, mas é uma certeza que trago comigo e foi ensina pelos meus pais: "Deus nos fez diferente para aprendermos um com o outro respeitando essa diferença". Minha filha, com dez anos me chamou para conversar e me disse que na sua escola viu duas garotas se beijando na boca e me falou que teve nojo. Ouve um minuto de silêncio, não sei se ela esperava que eu tecesse um comentário, então, ela concluiu, pai, eu tenho que respeitar, pois sei que muitos não gosta de negros, e se Deus nos fez diferente é aceitar o outro com respeito. Para quem não sabe nós somos negros. Bjos.

Vivian disse...

...Paula querida,
como espíritos aprendizes,
alguns mais adiantados,
outros nos primeiros passos,
todos devemos nos respeitar.

julgamentos cabem somente
à Deus.

aí eu me lembro de um
continho do Tao:

Um dia, perguntaram ao Mullá:
“Quando amanhece, cada um
vai para um lado: uns para
cá, outros para lá.

Por que será?”

“Se todos fossem na mesma direção”, respondeu,
“o mundo iria
desequilibrar-se
e cairia.”

bj, linda!

Branca disse...

Querida Paula,

Seu texto é tudo quanto eu penso sobre o assunto.
Bom que nos tenha avivado a memória e nos faça reflectir.
Respeito pela diferença é algo que nunca foi tão apregoado, mas ao mesmo tempo é muito sequecido. Quando ouço alguém dizer muitas vezes ou salientar que não é racista me incomoda, porque se não é nem se lembra disso, olha naturalmente o mundo...com a mesma leveza com que olha a natureza.
Também não há verdades absolutas, é da pluralidade que nasce a luz, por isso todos temos que arrepiar caminho na conquista da paz e sim é dos nossos pequenos gestos que ela se faz.

Beijinho para ti de saudade.

myra disse...

minha queridissssima Paula, até parece que ao mesmo tempo, pensamos nuns problemas bastante parecidos...
dialogar, respeitar, conviver, etc. e o mundo seria melhor!
beijos a voce a Branca e a Eder!

A. disse...

Não há verdades de uns e a verdade de outros. A Verdade é uma só e aceitar uma mentira conveniente, é uma mentira!... Há um problema de importância considerável que relaciona a teimosia, também ela conveniente e puramente pessoal, travestida de egoísmo e alguma hipocrisia, com a mentira que não consegue distanciar-se do medo de estar só, ainda que seja o único olhar de razão!... É verdade que quando uma mentira é gritada tantas vezes, por desespero de causa, pode acabar por parecer verdade, no entanto, todos sabem que continua a ser mentira, mesmo por aqueles que a tentam mascarar, por capricho, por teimosia ou por “defeito de fabrico”. Porque há quem nasça assim e assim morrerá, acreditando, essa alminha, que sua vida será eterna… por isso mente a tudo e a todos e a ela mesma, como forma de acreditar em sua própria vida de mentirinha!... Normalmente, estas criaturas são suportadas por outras almas iguais que encontram na mentira a mesma fórmula de acreditar na verdade própria, sem olhar o mundo que a cerca o qual é regido por uma verdade de conceito universal!...
No caso, por exemplo, destes espaços virtuais, a fertilidade das mentiras que se sentem fúteis, encontram na mentira o que resta da utilidade possível!... Alguém me perguntou, há uns dias se eu me julgava “DONO DA VERDADE”, restando-me uma única resposta possível; na verdade, “A VERDADE ERA MINHA DONA E A ELA EU OBEDEÇO”.
Lembrem-se que a mentira tem a perna curta!... Há sempre aquela curva onde os mentirosos são apanhados, por mais que corram, por mais que tentem esconder-se!...
Quanto a você, Paula Barros, não esqueça de agradecer-me por ter-lhe proporcionado um tema pertinente. De minha parte, agradeço-lhe a oportunidade de dar-me a conhecer mais alguns mentirosos, nos quais nem você acredita!... Como essa gentinha aí em cima!...
Também por isso, vale a pena passar por aqui, hehehehe… e continuarei a passar, se não se importar, claro!... Se comecei a ser “persona non grata”… não se iniba de o dizer!... Mas olhe que vale mais uma “mentira” minha do que a “verdade” dessas personagens que deixam aqui um forte cheiro a graxa, retribuindo sua visita. Faça o seguinte; deixe de comentar nos blogues dessas “amizades” e veja quantos comentários lhe calham!!!!!!!!... Não se surpreenderá, porque você não me parece assim tão ingénua!... Talvez um pouco “ardilosa”… virtualmente!...
Porte-se bem e agradeça a sinceridade em vez da hipocrisia que tolhe essa anedotas sem graça!... hahahahhaha… e isso faz-me rir, claro!....



Abraço