sábado, 15 de outubro de 2011

O veneno




Em passos lentos, arrastados, o veneno destilado
A dor pungente da ironia, do descaso, da maldade
O tempo sopra curiosidades perigosas
De descobrir o belo encoberto no manto de fel

Arrasta-se a caranguejeira sorrateira
Em busca dos fios das teias
Tece o belo dos fios de seda
E o que não lhe compete tecer despreza

Ver o que quer ver – o belo
Sente o que não pode sentir – a imaginação
Tece a dúvida para confundir
Costurando a fantasia com linhas e entrelinhas
Pespontos e metáforas de cor negra

Segue a caranguejeira de muitas pernas
Cabeludas e longas
Tecendo fios de dúvidas
Atando o mistério





6 comentários:

myra disse...

"Costurando a fantasia com linhas e entrelinhas
Pespontos e metáforas de cor negra"

a tua imaginaçao eqto a metaforas nao tem limites! superrrrrr!!!!!
adoro!
beijos

Vivian disse...

...minha doce Paula,
que intimidade gostosa
tens com as palavras,
my God!

assim, desse jeitinho
só seu,
teces emoções em todos
os corações!

bj grande, minha linda,
e obrigada por pensar
em mim...

O Sibarita disse...

Rapaaazzzzzzzzzzzzzzz! kkkk Caranguejeira, é? Ai que medo retado! kkkkkkkkkkkkkk

Fia, vc sabe o que significa "Caranguejeira" em baianês? kkkkkk Sabe não, né? Cebeluda? Então tá! kkkkkkk

Meu Deus do céu! Que mistérios são esses que dona Caranguejeira arrasta-se sorrateira? Hummm....

Melhor me benzer! kkkkkkk

Se rete não fia! É brincadeira!

Agora, que tá porreta a poesia, isso tá, como sempre vc escrevendo muito e o melhor com inspiração, oi ai! kkkkkkkk

Paula, vc é retada sabe das coisas, escreve como ninguém!

Agora, para apimentar essa Caranguejeira, vou colocar dendê aaiii! kkkkkk

DENDÊ

Mainha, na rotação dos tempos, o tempo abriu o gás,
Porcos espinhos, mutretas e venenos dentro do alforje.
Mas, olhando o horizonte, uma lua nova desce e se faz
No novo tempo que chega montado no dragão de São Jorge...

Ressalta o sol formal em afinidades e correspondências.
Do centro do teu ser o amor se eleva no teu coração casto
Em noites abotoadas que tu me procuras e nas evidências
Mirando-se no espelho modelado talvez em um novo astro...

Além do ar, além da terra, além do mar, no íntimo do céu,
No imo das luas análogas cercadas por anjos de presságios
O que fomos ou somos vícios, ao longe, o amor é escarcéu,
É estorvo preso em flagrante delito dos nossos adágios...

Nas peripécias do que há no amor, este poema é lua cheia
Toado em céus azuis na linha do teu mundo sem insônias.
Nem tudo desacontece, desquer se o teu olhar me clareia
Em quaisquer confins... Por ti, eu boto fogo na babilônia.

Vã paixão incendiária no palor do teu coração dissonante
Despido do manto entre o silêncio e as torres dos delírios.
Nos meus dias azuis o cinza sibila em todos os instantes,
E vivencio a solidão de áspera clausura a bordo do vazio...

Sem filosofias e de unhas e dentes o tudo se deságua,
Na fronteira das estações há sede, a fonte seca, esvai
Porque na seca o coração que é bobo, pede, quer água
E sem lirismo, sabe amor? Mancha de dendê não sai...

O Sibarita

Dona Sra. Urtigão disse...

Que incrivel uso das palavras para construir arte. Parabens. Adoro passar por aqui, sempre tem coisa boa de ler e de ver.
Abraço.

Everson Russo disse...

Metáforas de cor negra,,,,bastante forte e muito intenso o poema...beijos de bom domingo e uma bela semana pra ti.

Ilaine disse...

Um veneno que toca forte. É muito profundo o poema. E eu estou impressionada com o jogo das palavras e com as figuras com que pintaste os versos. Simplesmente encantador!

Poetisa! Amiga!
Tenha uma semana muito feliz e receba meu abraço!