Ele vai pelas ruelas vendendo histórias. Grita alto o
produto que leva, acordo cedo para escutá-lo. Ele segue, eu sigo. Não tenho
dinheiro para comprar tudo que vende. Sigo para acompanhar outros compradores,
o que eles escolherão? Ele segue por ruas estreitas, escuras, feitas de
paralelepípedos, em alguns momentos fala baixo o que vende. E eu me perco por
entre as ruelas, de prédios altos e antigos. Ali tem histórias, muitas
histórias entrelaçadas. Tem vida. Tem vidas. Ele tem um prazer indescritível em
preparar histórias para serem vendidas. Os compradores por vezes se tornam
escassos. Mas o artesão continua a sua arte.
Mesmo que passe uns dias sem vir às ruas vender o seu produto. Nestes
dias de ausência da sua voz gritando pelas ruelas, acordo cedo, abro a janela
da minha velha casa de pedra, olho para a rua ansiosa, a espera do vendedor de histórias. Talvez ele
tenha ido por outro sítio, por outras ruelas.
Um comentário:
..foi-se....
beijo triste
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