terça-feira, 15 de setembro de 2015

Cada vez que revisito o blog, as emoções vão aflorando. Lembro delas, como eram intensas, vivas. Tão vivas, que ao reler o que está no blog, lembro como me sentia, do momento, das vezes que as lágrimas pulavam de mim sem piedade, com jeito de crianças livres, lembro dos muitos sorrisos também e das pessoas que me inspiraram. Foram várias. Escrever me libertava. O blog foi criado para ser um cantinho onde guardar as emoções. Não conseguia guardar em mim tantas emoções. Eram muitas e especias. Tinham histórias e se tornaram histórias.  Não queria deixar apenas nos papeis ou no arquivo do computador. 

Com o tempo, pessoas foram chegando, trocas eram feitas, contatos, e mais emoções. Eram chamadas de virtuais. Mas eram reais. Tinham sentimentos. Tinham um olhar diferenciado. Algumas, se tornaram reais. De carne, osso, olhares, conversas, abraços. Conheci vinte blogueiros, alguns familiares e amigos deles. Do Brasil, de Portugal. De vários cantinhos do Brasil. Alguns foram mais ousados e me hospedaram em seus lares. Um casal de Portugal ficou em meu apartamento e viajamos juntos por algumas cidades do nordeste brasileiro, depois me hospedaram em Portugal, me proporcionando dias maravilhoso, e também me levando para conhecer várias cidades daquele  lindo país. Outros conheci pela cam. Descobri o MSN e a câmera. Câmera que tanto aproximava como afastava. A realidade muitas vezes, na maioria da vezes, é diferente da fantasia e da imaginação. Ganhei vários presentes, dos mais belos aos mais inusitados. Pela casa estão lembranças vivas de muitos blogueiros. Até o chocolate que comi, vindo de Portugal, parece que ainda está na minha boca. Cada blogueiro e blogueira que conheci daria para escrever histórias e mais histórias. Dos que não conheci também.

Se escrever me libertava, ler talvez me libertasse mais ainda. Só escrevia, porque lia, porque via algumas fotografias, se me emocionava, a escrita surgia. Até porque o blog foi criado após ler algumas matérias jornalística e ser devastada por tantas lembranças que se transformaram em escritos. Alguns textos poéticos ou poemas me emocionavam profundamente. As fotografias me capturavam por outras lentes da emoção. Não escrevia por ser escritora ou ter tal pretensão, não. As palavras saiam de mim. Na maioria das vezes saiam banhadas em lágrimas, era um processo emotivo interessante, instigante, uma catarse. Voltava a ser criança. Às vezes me sentia uma adolescente apaixonada. Sempre uma adulta sonhadora. Mas esta adulta queria viver o que estava escrito, por ela, pelo outro. Esta adulta queria visitar os lugares que estavam nas fotografias. Era tudo muito intenso. E sendo assim,  para não ficar só no virtual e sem sentido, conheci lugares vistos nas fotografias, conheci alguns autores. Autores das fotos, autores dos textos, autores e atores da emoção. Outros não conheci, fiquei frustrada. Foi uma pena, estive perto, estive na mesma cidade, mas houve desencontros. A vida é assim, feita de encontros e desencontros e alguns esbarrões. Mas aprendi que nem todo encontro é um encontro, e nem todo desencontro é um desencontro. O bom são os encontros que tenho comigo. E foram vários, através da leitura e da escrita. O blog mostra também que tudo tem uma fase. Uma pena que a fase dele passou. Sinto falta. 



7 comentários:

Paulo Francisco disse...

Uma bela introdução para algo que vem por aí.Prefiro pensar assim!
beijogrande

Cidália Ferreira disse...

Boa tarde Paula Barros
Belo texto
Vamos esperar!


Beijo e um dia feliz
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

Helena disse...

Paula, minha linda, muitas vezes se faz necessária essa "parada" que damos num projeto como um blog, que nos leva (como bem disseste) por lugares/pessoas que se tornaram afetos verdadeiros na convivência. Um texto teu que eu abraçaria de forma irrestrita, pois as emoções/motivações que exploraste são também, de certa forma, vividas por mim. Sou apaixonada pela leitura e pela escrita onde faço uma espécie de catarse. Gosto de escrever, sinto-me bem ao deixar os dedos registrarem as emoções e sentimentos que muitas vezes preciso exteriorizar, para que não fiquem a tumultuar a alma.
Do ano passado para cá tive que dar 3 paradas no blog, pequenas é verdade, mas que por motivo de saúde me fazia pausar todas as atividades. Os amigos acompanharam a gravidez, a felicidade e todo o projeto da espera. Sentia-me acarinhada por todos, mas infelizmente o tempo de vida do bebê foi curto, apenas um aconchegar ao peito... Tal perda fez paralisar todos os meus sentidos e por um tempo quedei-me numa inércia que a todos causou grandes preocupações. Depois fui tentando retornar às atividades aos poucos e por orientação dos próprios amigos blogueiros voltei a postar. É este o motivo da solidariedade demonstrada pelos amigos. Ainda não consigo escrever mais que algumas lamentações camufladas nas postagens, mas no intuito de não tornar-me uma "chata" e de não fazer do blog um muro de lamentações, tenho tentado postar alguma coisa mais positiva. Só que é tão difícil! Quando percebo lá estou eu a desfiar um rosário de emoções negativas. Mas aos poucos, quem sabe, eu possa voltar a distribuir aqueles sorrisos e aquelas estrelas que antes enfeitavam tanto a minha alma.
Meu anjo, grata pela tua atenção e preocupação lá no meu cantinho.
Espero ver-te mais vezes por lá e que justamente por esse amor que dedicas a tua escrita tu possas voltar a postar com a mesma assiduidade de antes.
Receba meu carinho num beijo no teu coração,
Helena

Unknown disse...

Olá, Paula,
Um texto que descreve bem o que leva a muitos a criar e manter um espaço como um blog. Enquanto descreve o seu como "um cantinho onde guardar as emoções", eu descreveria o meu pequenino espaço como um "canto ou deixar as emoções à solta, à sua vontade, sem amarras", ali é onde, basicamente, a alma pode gritar.

As paragens, por vezes, pelas mais variadas razões, fazem-se necessárias.
Mas é bom saber que se pode regressar, quando a vontade de escrever fala mais alto.
bj amg

Unknown disse...

* diria: "um canto onde deixar as emoções à solta..."
perdão
;)

Anônimo disse...

eu também sinto falta!
bj

Blue disse...

Andarilha das palavras,

Ainda tenho comigo o envelope em que recebi os livros.
Não esqueci, vou retribuir.
Será que o endereço ainda é o mesmo?
Só vou ficar sabendo, se nada voltar...

Beijo