terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Natal de 2007 foi um dia totalmente atípico. Antes de tudo, assumo que sou uma católica com a fé a meu modo , porém totalmente descomprometida com a ação. Minha irmã precisava ir pagar uma promessa. Como sou incentivadora e acompanhante para qualquer tipo de evento, propus que fosse hoje dia do nascimento de Jesus, e pegaria a deixa para agradecer a Nossa Senhora da Conceição, a mãe. Pela manhã, lá vamos nós. Não tinha promessa a pagar, só muita coisa a agradecer. Agradeci bastante. Porém, quem me acompanha aqui no blog e na vida sabe que estou com uma pendência de um sentimento inexplicável, e que me deixa muito angustiada, então aproveitei a proximidade com Nossa Senhora e pedi uma ajuda para entender.
A tarde fui conversar com uma amiga num parque e filosofávamos sobre a vida, e o porquê de tanta angústia quando tudo na vida está bem, de não termos respostas, de não entendermos as coisas e a nós mesmos. Quando ia embora um rapaz conhecido desta amiga diz que vai à missa, e como era caminho da minha casa me prontifico a dar uma carona. Decido assistir a missa. Há dias planejo, necessito, mais não tenho a ação. Na hora de rezar o Pai Nosso e darmos as mãos, ao meu lado esquerdo tem um rapaz com aparente deficiência mental, só ele, mesmo a Igreja estando lotada. Vou até ele e estendo minha mão esquerda, a direita fica estendida ao alto. Ninguém ao meu lado, como já disse, mesmo a Igreja super lotada. Hora do Pai Nosso é quase final da missa, então entra um rapaz trazendo nos braços uma moça com deficiência física grave, braços e pernas atrofiados, não falava. Estando já em pé e rezando o Pai Nosso, cedo a minha cadeira e pego a mão dela com a minha mão direita. Estou eu entre dois deficientes, e me ponho a chorar, dos três a deficiente sou eu. Tenho uma alma deficiente, não tenho problemas e vivo numa eterna angústia. Quero explicação para um mistério, onde talvez não tenha mistério.Cada vez mais acredito que Deus arruma um jeito de nos levar até ele e nos mostrar as respostas. Ele me conhece muito bem, e assumidamente sou um tanto burrinha para assuntos de enigmas, mistérios e metáforas. Saio dali com uma lição de vida, porém não sei se melhorei da angústia.Deus nos fala! Comigo quase sempre Ele tem que ser contundente e esbravejar.

12 comentários:

layla lauar disse...

Paula, gostei muito do seu post,emocionante, só não entendi o porque de ter ido buscar explicações, com Deus, para a sua angustia, se todas as resposta você, sempre, encontra dentro de você mesma. O nosso maior erro é pensar que nossas dores são as mais doídas e intermináveis, penso diferente, mesmo o que me doi, sei que não vai doer para sempre e só esse pensamento já é um bom caminho para a cura. Ser feliz é uma escolha pessoal, eu escolhi me fazer feliz, não quer tentar se fazer feliz, por você mesma, sem colocar essa responsabilidade nos ombros do outro? Desculpe se falei o que, talvez, não quisesse ouvir, mas é o que penso. Ser feliz, ou não, é uma responsabilidade só nossa, não a transfira. Querida, de novo, ofereço o meu ombro, o meu colo, use e abuse, se quiser e precisar. beijos mil.

Paula Barros disse...

Layla
Você sempre fala o que preciso ouvir. Esta nossa relação é edificante, pois são ditas as verdades, e oferecidos os ombros, o colo. Como disse a Edson esta história ou vou esclarecendo aos poucos, ou todos vão encarar a loucura de outra forma. Vamos caminhando, de mãos dadas, vc e Edson muito tem ajudado. Procuro a Deus por ser um mistério para mim, onde em mim ainda não encontrei respostas.
"existe mais coisas entre o céu e a terra do que possa imaginar nossa vã filosofia". Não desisti, tenho planos para 2008, mais mistérios já se envolvem, vou ver em que vai dar. Aguarde. Ou continuarei sem respostas, ou terei novidades para contar.

beijos neste coração lindo!

Osc@r Luiz disse...

Paula,

Você é um amor de pessoa e a personificação do carinho e da gentileza.
Espero que encontre as respostas que procura.
E desejo que o seu 2008 seja mesmo maravilhoso, porque tenho certeza que o meu vai ser, já que pelo que parece, entrei definitivamente para o seu rol de amizades.
Um beijo e obrigado pelo seu carinho.
Quando tiver um tempinho, enquanto eu viajo, deixa um "oi" pra mim no meu mapa...

Anônimo disse...

Paula,

Madrugada ainda, e venho aqui te ler.

Um texto franco, direto, quase uma confissão entusiasmada.

Deus grita com você?!

É o inverso daquele Salmo (não me lembro o número) que diz que nós é devemos, às vezes, gritar com Deus.

Que tenha sido boa essa missa. E que tua angústia se dissipe.

Voltarei depois para uma releitura.

Abraços, flores, estrelas..

Pedro Ventura disse...

Boas Festas...!

Anônimo disse...

Paula!

Fiquei muito feliz com o seu comentário no blog.

É engraçado pois não divulgo e apenas alguns amigos conhecem esse cantinho...

Mas se você gostou seja bem vinda. A freqüência das publicações é bem espaçada, mas vez em quando (quando dá na telha) publico um texto.

Vi que você curte também escrever ne? (alem de ser escopiana e recifense...)

Apareça outras vezes. Trocar idéias é o melhor combustível para a criatividade.

Beijo,

Adauto

Paula Barros disse...

Oscar, obrigada você pelas suas palavras gentis, estaremos juntos em 2008 abrilhantando nossas caminhadas.
um forte abraço

Paula Barros disse...

Edson
Acordei melhor da angústia, e tudo ficou mais lindo e tranquilo ao ler seu comentário, e receber sua visita, sempre bem-vinda e esperada.

poderia te desejar beijos, abraços, flores, cheiros, o brilho das estrelas,carinho, a luz do sol,o encanto da luz, paz, amor, tantas coisas coisas, no entanto deixo para você o meu sorriso.

obrigada

Anônimo disse...

QUERIDA PAULA LINDO SEU DEPOIMENTO DA MISSA ,É VERDADE QUERIDA DEUS NOS MOSTRA A VIDA ATRAVES DE SINAIS ,CABE A NÓS TER SABEDORIA PARA CAPTA-LOS.COM CERTEZA VC MELHOROU DA SUA ANGUSTIA UM BJ SUZI.

MAO // disse...

Deus grita com todos. Mas, ainda assim, a maioria não ouve. É preciso sensibilidade até para ouvir gritos. Não é o seu caso!

Beijos

MAO, do Inês

Paula Barros disse...

Adauto, Ventura e Suzi felicíssima pelas visitas e pelos comentários.
Valeu! beijos no coração.

Paula Barros disse...

mao (do bem) , sinto falta dos seus comentários, das nossas conversas, mesmo tendo sido poucas. Obrigada pelo carinho.Quando aparece sempre abrilhanta com seus comentários.