sexta-feira, 15 de julho de 2011

Pontuando





Sabe, realmente não é fácil ler o que você escreve. Menos, ainda, ler a sua alma em braile. Os seus textos são bem pontuados, um português claro, frases bem elaboradas, porém sinto falta das exclamações que me fazem parar estarrecida, feito um freio brusco num ônibus lotado. Por outro lado, os finais dos seus textos com reticências me provocam, me instigam. Ah, benditas reticências, me fazem pensar o que você estava pensando e não concluiu, me fazem pensar o que mais você teria para dizer. Nas reticências derrapo feito um carro com pneu careca numa curva acentuada em dia de chuva, e me perco completando os seus pensamentos. Nos seus textos, sempre me perco de emoção, fico extasiada nas suas construções poéticas. E se tem interrogação, sinto ser fisgada feito um peixe pescado por anzol, fico tentada a responder seus questionamentos. O pior é tentar ler a sua alma, ela está em cada texto, em frases bem colocadas. Você se deixa escapar nas emoções das construções poéticas. Sim, sua alma está lá, mas eu ainda me confundo nas entrelinhas. Nas pontuações. Um ponto, afinal!


Leia a resposta dele clicando aqui



foto: 15.07.11
Pena e tinteiro pertencentem a minha mãe.
Cena da foto feita com a colaboração dela.
Texto
Mais um desafio proposto por Eder.

11 comentários:

Anônimo disse...

Brincar e trabalhar, sonhar e se exercitar com frases e entrelinhas são material de quem escreve, de encantamento e perplexidade.Pois o que pode separar também liga, o que deveria significar harmonia pode também maltratar.

Um beijo

ALUISIO CAVALCANTE JR disse...

Querida amiga

Faço minhas
as suas palavras.

Amo reticências...
Imaginar o que o outro
pensou em dizer,
o sentimento que habitava
aquele instante,
a vida por entre
as palavras...

E o link com a resposta,
ficou muito lindo.

Que os sonhos te envolvam
a vida, sempre...


PS.
Obrigado pelas sugestões
para o blog
a espera do teu olhar,
prontamente atendidas.

lula eurico disse...

Desculpe minhas ausências, amiga.
As lutas cotidianas me tomam as energias, mas... estou bem e na luta.

Abraço fra/terno.

Vivian disse...

...eu amo a blogosfera
por isso!

em que lugar deste mundo
encontraríamos um casamento
de palavras tão perfeitos?

parabéns aos dois!

continuem...

é lindo demais.

bjs

myra disse...

escrever e responder...beleza os dois!!!!
beijos minha queridisima Paula, beijos

. intemporal . disse...

.

.

. uma viagem ao ventre que é seio da língua portuguesa . uma língua . com a capacidade única de des.bravar quais.quer sentidos . uma sagração quase divina .

.

. assim vale a pena . e a pena e o tinteiro são fabulosos .

.

. um beijo meu .

.

.

mfc disse...

Um post lindo feito a duas mãos!
Parabéns...

Maria Dias disse...

...Gosto das reticências mas concordo q existem momentos q devemos colocar um ponto final.Porém, o ponto final só acontece quando todas as possibilidades se esgotam(não acha?).

Beijinhos e bom Domingo,

Maria

Maria Dias disse...

Q linda cena.q lindo tinteiro.
Sempre fui apaixonada por coisas antigas...Tb acho lindo a forma q se fechavam as cartas antigamente.

Ana Luísa disse...

As reticências podem ser realmente encantadoras, mas são terríveis quando esperamos um ponto de exclamação né? Amei o texto.
E amei essa frase: Sim, sua alma está lá, mas eu ainda me confundo nas entrelinhas.
Muito verdadeira!
Beijos querida!

A. disse...

Até poderia ser um ensaio interessante!... E foi um ensaio interessante.!... Ainda que acabasse por perder-se em artifícios virtuais. A realidade é isto mesmo?!... Talvez!... A realidade de cada um é a sua própria realidade, sem nunca admitir a virtualidade de todo um esforço que acabará por ser inglório e… virtual!... Também ele!... É como se a tentativa de substituir o sonho pela pedrada que nos ameaça não passasse de… tentativa!... Há cadáveres que ali ficam à espera que um espírito qualquer se lembre deles!... A vida não é mais do que a vida!... As virtualidades são a realidade que não se alcança… como uma esperança… breve que se estende na cama dos desejos!... O chão é uma boa cama… e o solo das brevidades um berço sem embalo… ou que resta dele!... Do embalo.
Como as tentativas subservientes!... De mil e uma maneiras de dizer o mesmo!...
Virtualidades bem reais!...



Abraço