Acordei com muita saudade. Várias saudades, de todos os tipos, de todos os tamanhos. Algumas enormemente grandes. Essas saudades monstrengas que nos abraçam e não nos largam. Talvez tenha sido porque falei de algumas pessoas, deve ser isso, e me deu saudade de mim mesma, saudade até do que escrevi e não vivi, saudade do que vi, e do que não vi. Nem sei o nome disso, mas tudo se confunde e tem cheiro de saudade, tem aperto no peito de saudade.
De repente, o vento me traz o som do sino. E já nem sei se escuto ou se invento sons. O sino insistente vai minando as minhas forças, vai se juntando às saudades, me provoca inquietação. Olho o céu azul e fujo para bem distante, levo comigo as lembranças que tilintam no peito. Fugir, ir para bem distante, me afastar do som do sino, mas o pensamento é vento, o pensamento é furacão e vai levantando lembranças. Nem os pés molhados, grudados de areia, pesando, impede o pensamento de voar. Estou agora sem o som do sino, o som do mar continua a me trazer lembranças. Não adianta fugir, as lembranças, as saudades, as vontades estão em mim. Se derramam a beira mar.
7 comentários:
sabe minha querida Paula, isto é assim mesmo, voce tem razao:
"...Não adianta fugir, as lembranças, as saudades, as vontades estão em mim...."
muitos carinhos
Paula, eu tenho em mim, só tem saudades e lembranças que sou be viver. O teu testo é poéticamente belo. Bjos, minha querida.
Por mim não saio mesmo da beira mar. É ao mar que lanço todas as tristezas e saudades, é o mar que me devolve o sorriso que me lembro de ter tido, um dia...
Beijo, Paula.
Como sempre, é um encanto ler suas palavras.
Tudo de bom!
Amei !!!!!
Que coisa mais linda!!!!
Bjão !!!
Repetitivo no gesto, o mar é sempre diferente na forma. É lembrança de realidades. Agitado e melancólico, arrasta sons e espelha factos- é saudade.
Contemplá-lo é viajar através dos tempos.
...da mesma forma que lendo os seus textos, é percorrer caminhos.
Beijos.
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