Gostaria de entregar meu coração para você moldá-lo com mais carinho e ternura. Transformar o sangue que corre em um rio caudaloso de esperança. E que as artérias levassem a um encontro com a sua via principal do amor. E que nos lugares das mágoas e tristezas você criasse mais pontes, entre eu e você, entre eu e o mundo, entre eu e a vida. Sim, quero pontes, quero fluxos de sorrisos e abraços a atravessar pontes. Me ensina a delicadeza que você tanto fala. Sou pedra bruta. Sou rocha. Sou um trem descarrilhado. Me dá a tua mão, e me leva a olhar os lírios do campo. Ou então me leva até o mar. Enxuga as lágrimas que escorrem dos meus olhos. Abranda a minha ira, e o meu desejo de ser má, muito má. Cansei de errar. E já não sei e nem quero perdoar. Já não rezo para ser boa. Já não me esforço para ser boa. Ser má é mais fácil. Não sei ler a bíblia. Leio você para me aproximar de mim. E quem sabe descobrir onde Deus brinca.