Sexta-feira treze. Escuto os fogos da abertura do carnaval. Vejo na televisão a apresentação dos maracatus. Não sei o que farei no carnaval. Animação e coragem me abandonaram. Procuro textos do meu autor predileto para ler. Penso ser uma sessão de masoquismo. Na leitura não consigo conter a lágrima que escorre. Aquela lágrima que escorre de um só olho. Gosto deste choro provocado pela leitura, pelo que está escrito. Me tira de mim. Me tira do do marasmo. E faz com que eu mergulhe na emoção, na emoção que a água da lágrima traz. Acho sempre interessante este chorar por um olho só. Se fosse na novela, diria que a cena foi mal feita. Mas no meu olho fica perfeita a lágrima que escorre, lenta, quase cristalizada. Um link me leva a ouvir Amor sem limites, Roberto Carlos cantando. Penso na emoção do texto, na emoção e dor do autor, é uma dor real, não estava nas entrelinhas, não estava subtendido, é real, é bonita, é amor. Amor lindo. Amor infinito. Amor sem limites. Esta lágrima que me ocorre pertence a qual sentimento? A qual dor? Nem sei. Uma outra música cantada por Roberto diz, tanto tempo já passou e eu não te esqueci. E assim segue a vida. Mesmo vivendo a vida e outras emoções. A emoção ainda é forte. A emoção de uma lágrima só. A emoção de uma mesma melodia, a que me toca.