terça-feira, 1 de fevereiro de 2011




Acordei e senti a alma se encolhendo dentro de mim. Foi se acocorando num cantinho, bem encolhida, parecia um feto. Tive receio do dia que os personagens forem embora. E se não vier outros. E se você não quiser dar voz aos personagens. E a alma, feito uma menina, chupava dedo encolhida no canto da parede do peito.

Lembranças, vozes da infância : está sorrindo tanto é sinal de choro, correndo assim vai terminar caindo. A alma deve ter se lembrado disso. Já que está correndo muito solta. Ficou com medo de tropeçar, ou do céu por onde voa terminar. O céu sempre termina antes do horizonte.

Respirar profundo, às vezes, faz a alma se espreguiçar, e sair do cantinho escuro que a protege dos medos e sustos. E tentar ver horizonte até na parede branca.


28.01.2011

15 comentários:

eder ribeiro disse...

Estar sendo difícil ler a tua prosa poética e não se emocionar, mas peraí, a intenção do escritor não é essa, então escreva mais, pois vc o faz muito bem. Bjos.

Everson Russo disse...

Penso que tentamos sempre buscar respostas pra essa inquietude da alma,,,dos sonhos,,,o porque as vezes ela se sente acuada,,,não encontramos,,mas ela sempre encontra uma forma de continuar a nos fazer sentir e sonhar...grande beijo de bom dia pra ti.

(CARLOS - MENINO BEIJA - FLOR) disse...

Ver horizontes onde menos se espera. Devemos sim vislumbrar esssas possiblidades de alternativa de vida, quando nos tolhem os sonhos e desejos. A gente tem ir buscar, ou fazer nosso próprio horizonte.Muito lindo,Paula. Beijos

Maria disse...

Fiquei com o coração apertado depois de ler o teu texto. Mas algo me diz que tu vais ter um dia bom e vais voar. Como eu vou voar.
Entrei para te deixar um abraço apertadinho e um beijo.

(ainda estou nas mudanças e com net portátil, que nem sempre funciona...)

Olhos de Mel disse...

Querida Paulinha; existem momentos na vida que nos voltamos para dentro. Talvez a vida e seus tumultos, nos assustem e procuramos aquele tempo em que vivíamos despreocupados, porque havia sempre alguém, que se preocupava por nós. Curta esse momento, mas importante é ter consciência de que a melhor maneira de passar por isso, é enfrentar nossos medos e ir a luta. O problema desses momentos prolongados é aos poucos e sem perceber, entrarmos em depressão, ou nos entregarmos a síndrome do pânico.
Conte com os amigos, sempre! E se cuide!
Fique com Deus! Beijos

Paula Barros disse...

Gente, obrigada pelos comentários, e fico constrangida, porque hora escrevo como se fosse amor quando não é amor, e hora escrevo tão dramática que parece que sofro mais do que sofro. As palavras saem de mim assim. Desculpem!!! Depende da fonte que bebo-leio.



beijos e obrigaada.

Anônimo disse...

poeta é um fingidor? poeta tem permissão pra mentir?
por que voces poetas sempre se importam tanto em dar esse tipo de explicação?
leitores interpretam poetas ou poemas?

beijo poetaencantadora

Vivian disse...

...Paula querida,
às vezes tenho tbm um trabalhão
danado para tirar a alma dos
cantos onde se mete feito
passarinho com medo de
tempestades.

coisas da fragilidade humana!

um dia seremos só alma,
e não haverá medos...

bjbj, alma linda!

Um brasileiro disse...

oi. estive por aqui. é fevereiro. um mês ja se foi. e vamos em frente com ou sem gente por tras. hehehehehehe. apareça por la. abraços.

Branca disse...

Tão lindo e poético Paula!

Um texto ternurento e com a pureza da criança que sempre existe em nós.

E tu és bem essa mulher que logo espreguiça a alma sem medos para ver todos os horizontes.

Beijinho grande
Branca

Ilaine disse...

"...a alma, feito menina..." Bonito demais. Quanta poesia nestes escritos, Paula. Delícia de leitura está aqui... Beijo

Nanda Assis disse...

ameeeeeeeeeeeeeeeiiiiiiiiiiiii, esse final foi de arrasarrr!!

bjosss...

Paula Barros disse...

Poetaanônimo, obrigada!

O leitor se confunde, eu me confundo enquanto leitora. E eu não gostaria de confundir, mas eu confundo, eu me confundo. Entendeu? rsrs

Em blogs terminamos por querer desvendar quem escreve. Juntar pedaços das leituras. Mas não é só em blogs. Vejo pessoas tentando interpretar e desvendar Florbela Espanca, ou Clarice Lispector, ou tantos outros.

Obrigada, obrigada mesmo.

Teresa Alves disse...

É possível. Sempre possível!

O horizonte pode estar mais próximo de nós do que podemos imaginar, ou alcançá-lo, no toque. É como você mesma falou, 'respirar fundo', porque no fundo, tudo às vezes não passa de um tempo, a respirar fundo e profundamente, na convicção daquilo que somos e em que condições estamos conduzindo nossas vidas e escrevendo nossa história.

Não tenho dúvidas de que "Pensamentos, Fotos e Devaneios" há de escrever belas histórias, porque o sentimento, este é real. Tenho certeza! E nada melhor que a realidade.

Um outro olhar, também, tão especial, quanto o outro.




¬

Marcello Lopes disse...

Lindo texto.