quinta-feira, 28 de julho de 2011



Quero ir para casa. Vamos embora. Ele pedia com a voz meiga, olhos marejados. Puxava a mão do pai, olhava para a mãe e continuava pedindo, insistia, fazia bico. Reclamaram com ele. Então desistiu, sentou-se triste, cansado. Era visívil o cansaço dele, e eu entendia, doze horas da manhã, sol quente, depois de três horas de missa e procissão.

Algumas crianças diante da mesma situação poderiam chorar alto, gritar, espernear, cair no chão, chutar os pais. As crianças para pedirem atenção, carinho, afeto, para serem ouvidas e vistas, podem ter vários comportamentos, várias atitudes, desde chorar baixo a chorar alto, falar ou gritar, dar a mão ao adulto, ou a uma outra criança, deitar no colo, chutar, beliscar, ficar de cara feia, se isolar. São diversas as manifestações comportamentais para exprimir sentimentos e emoções. Afetos, carinhos, cuidados.  Assim como para expressar dor, frustração, raiva, desapontamento, medo, indignação.

As crianças crescem. Vão reproduzir nas relações de adulto,  tanto a maneira de dar, de pedir,de aceitar atenção, afeto, cuidados e carinho, de serem ouvidos e vistos. Uns expressam atenção e carinho, mas não sabem receber. Outros, sabem receber, mas não sabem dar. Tem aqueles que nem sabem receber e nem dar.

Sendo assim, ao nos tornarmos adultos, trazemos dentro de nós a nossa criança, a nossa história de vida, o tão falado passado, a teia de relações que nos formaram. Relações que podem ter sido de cuidado saudável, exagerado cuidado, de abandono, de exploração.Ou até um misto delas.

Nós não somos o que somos por mero acaso. O importante é o que estamos fazendo com o que somos, e como somos. Por isso, relacionamento e comunicação, são temas sempre frequentes de análises das dificuldades, da busca de entendimento. numa relação a dois, nunca estão só os dois, estão varias representatividades das nossas anteriores relações.


10 comentários:

Paulo Francisco disse...

Somos construídos aos poucoe e moldados com a passagem do tempo. Estamos sempre em eterna modificação. Mutamos sempre.
Um beijo grande

MA FERREIRA disse...

Bacana sua visita em meu blog e fiquei muito feliz em ver vc por lá..
Não posso ler sua postagem agora..mas con certeza voltarei..estou te seguimdo..
Bj

Ma ferreira

Anônimo disse...

ainda bem que a vida é inedita a cada dia...ainda bem que existe gente como a gente.

(ainda emocionada com seu comentario)

obrigada......

beijao

myra disse...

voce é uma grande conhecedora da - como dizer - a alma, o espirito, ou sei là de que - das pessoas començando pelas crianças. OTIMO!!!
e tbmem tem razao eqto ao que diz que tem gente que nao sabe nem dar nem receber....
beijos cada vez com mais carinho

(CARLOS - MENINO BEIJA - FLOR) disse...

Certo, Principalmente com crianças até uns 10 anos de idade, que é a fase de formação de caráter. Parabéns. Beijos

Eu disse...

Ei Paula...
Eu estava com saudades de estar com vocês da blogosfera!
Retornei das férias e espero que possamos estar todos juntos novamente.
Concordo plenamente com você... Relacionamento e comunicações saudáveis são fundamentais para a formação das pessoas.É preciso estar atento a esses fatores tão importantes na vida de um ser humano!
Um beijo carinhoso

C@uros@ disse...

Olá querida amiga Paula Barros, pelas belas imagens esse pequeno menino deve ser calmo, reflexivo e bem inteligente. Será que a avaliação distante vale? Belo texto amiga!

forte abraço

C@urosa

Maria Dias disse...

Teu relato m e fez lembrar q uma vez vi um homem chorar alto feito um menino...Só as crianças choram alto ou mesmo berram...Depois choramos pra dentro de nós...Cada vez mais para dentro.Este homem q chorava alto havia perdido a mãe e neste exato momento voltou a ser criasnça ou libertou a sua criança para chorar alto e sentido...Sim o mundo é um conflito, uma desordem e poucos entendem de verdade o q o outro quer dizer(muitos até,fingem q nao entendem para sobreviver).Lindinho este menino captado pelas tuas lentes!

Beijos

Maria

mfc disse...

Somos o produto de uma vivência inteira!!!
Cada migalha conta.

Utilia Ferrão disse...

Sempre pensei que, para dar algo tinha que receber.
O tal sistema dos vasos comunicantes. Mas sempre recebi mais do que dei mesmo no mais pequeno gesto.
Aprender a receber...
Passei por aqui vinda do blog do Amigo Pena
Gostei
Utilia