Estou vivendo a vida. Não que antes não vivesse, vivia. Atualmente decidi voltar a andar comigo. A me perguntar onde quero estar, com quem quero estar, e geralmente quero estar comigo. Eu e eu, sem desentendimentos, só a liberdade de estarmos juntas andando pelas ruas de paralelepípedos. Ruas de paralelepípedos tem um encanto especial, um gosto de passado, de liberdade. Cada passo pelos paralelepípedos em desnível, um sentimento de asas se abrindo, o olhar segue na frente sorrindo. Sou eu. Eu e eu de mãos dadas, muito carinho, me ouvindo, me sentindo, me percebendo. Eu e a vida caminhando pelas ruas de paralelepípedos, descobrindo outras vidas, olhares, sorrisos, ouvindo músicas e histórias. D. Maria fez o coquetel de morango, espontaneamente soltei um beijo para ela em agradecimento. Jorge, sorriso cativante, do outro lado do balcão me fala dele, parece que nos conhecemos há muitos anos. Ariane, tem um modo de pensar igual ao meu, de andar só pelas ruas da cidade, e se sente bem no bairro do Recife Antigo, onde tem ruas de paralelepípedos. Rafael, chega e se junta ao grupo, é falante, professor de português, estudioso de Clarice Lispector, declama poemas de Florbela Espanca ali, junto ao balcão, naquele bar de esquina, numa rua de paralelepípedos. A vida acontece, estou vivendo a vida, estou me sentindo, enquanto ando por ruas de paralelepípedos.
18 comentários:
Às vezes é bom andarmos a sós connosco. E não é um problema de solidão. É uma forma de nos encontrarmos e de 'acertarmos' o passo com a vida...
Beijo, Paula.
Bucólico este teu andar!
Minha querida
Por vezes é bom marcar um encontro connosco e em nós...abrir a porta a um outro eu...e acho que abriste essas porta.
Como sempre adorei ler-te e deixo um beijinho com carinho.
Sonhadora
E quando estamos acompanhados de nos mesmos, ficamos mais a vontade com os outros.
bjos...
minha querida Paula, é incrivel como os teus sentimentos, pensamentos se parecem aos meus...tbem gosto de andar ( antes agora aqui nada) sobre pedras! e estar comigo so, ja é uma costumbre , e nao desgosto...
beijos enormes
Oi Paula...
"Paula", eu acho seu nome tão bonito(eu nunca te falei mas outras pessoas já devem ter falado...rs.E a Paula tem gostado da Paula,da liberdade da Paula,dos sorrisos da Paula, das descobertas da Paula...
Muito bom quando a gente se sente bem em nossa própria companha e não precisa ter alguém em especial pra sair nas ruas,pra sentar num restaurante por exemplo,ir ao cinema com a gente mesmo...Muito bom e isso se chama maturidade.
Tb gosto de paralelepípedos,tb gosto do passado.
Beijinho e ótimo dia
Maria
Oi Paula,
também gosto de em alguns momentos andar sozinho seja por ruas de paralelepípedos, montes e vales, praias ou em outro qualquer lugar, seja em dias de outono ou primavera!
Bj e boa semana
Querida Paula, o bom de estarmos conosco mesmo é não nos sentirós só. A cidade que eu nasci, as ruas eram de paralelepípedos. Bjos.
O primeiro passo do bem viver é esse, estar de bem consigo mesmo,,,entender os próprios sentimentos e escolher,,,se possível os melhores caminhos...beijos de bom feriado pra ti.
Obrigado pelas palavras e viver é a melhor coisa que podemos fazer para nós.Começo um novo ciclo e espero ter mais tempo para meu blog e os amigos blogueiros que não esqueço nunca.
Um grande abraço e um beijo.
Mauro Rocha
Paula, é bom estarmos com o nosso "eu", aí encontramo-nos, reflectimos, sentimos e escrevemos... o que é muito bom.
Gostei deste seu encontro.
abraço
oa.s
Paula, é muito bom esse momento de ``estar à sós´´consigo mesma.
De refletir...
Quantas coisas passamos a observar que antes não enxergávamos.
É um mundo de descobertas!
Um beijo e ótima semana!
Mariangela
Gostei de ler (e sentir) estes sorrisos todos que consegui descortinar nesta tua escrita!
Beijinhos.
Ué! kkk Dona menina vc é egoista?
Oxente, só que andar consigo e não quer dividir essa adoravél companhia com mais ninguém? Assim não dá! kkkkkkkkkkkkkkk
E que tal em vez de paralelepípedos, andar de pés descalços sem lenço e sem documentos em Jauá? Ai vc deixara de ser egoista! kkkkkkkkkkkkkkk
Jauá
O mar, uma concha ora verde, ora azul... Espelha
Os intensos corais de todos os tons, cores e gamas.
No ponto de junção, o sol – molusco em chamas –
Desenrola as velas no anil de Incendiada centelha...
No crepúsculo vespertino a lua insidiosa e enorme
Sai nos arabescos de Jauá. O fulgor do dia se apaga
E em sombras o olhar do sol bóia de vaga em vaga,
Recolhendo suas velas, fecha o seu brilho e dorme.
Cândidas andorinhas planam, cintilam sobre sereias
Estendidas nos corais suaves das branquinhas areias
Ao pôr-do-sol, de pêssego, de romã e de lua lasciva.
Á noite a brisa sopra e os desejos correm nas veias
Fulgurando o amor perolado sobre camas alheias
Quando a lua passional orvalha bocas ressequidas.
O Sibarita
E a vida acontece quando menos esperamos.
Fome de segurança, fome de vida, de sentir as pedras sob os pés neste lapidar de emoção andando de mãos dadas com confiança e nem tudo prende e nem tudo assusta, não mais.
Um dia todo lindo pra ti minha querida...beijos.
Como eu te perecbo Paula. Quando era jovem me enebriava com esse convívio despreocupado das pessoas que encontrava pela rua, dos estebelecimentos tradicionais onde parava e até me divertia com algumas cenas do quotidiano nos transportes públicos. Muitos anos depois a vida tornou-se mais corrida, embora nem sempre menos feliz, mas também eu agora estou a descobrir esse sabor de estar comigo e de percorrer as ruas e de me reencontrar em tantas coisas de que sempre gostei e que por algum tempo tinha perdido pelo caminho.
Beijinhos.
Branca
caminhamos,sim! às vêzes retornamos pelas mesmas pedras.
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