Fui sendo presenteada
Dia após dia
Com o silêncio
Vinha embalado de várias formas
Em papel escuro, não sabia do que se tratava
No outro dia tinha na boca o sabor de saudade
Logo mais ficou com a cor da distância na pele
O silêncio foi indigesto
Me causou alergia
Coçava toda a alma
Ruborizou até a ponta do nariz
O silêncio é furta-cor
Me furta a cor do sorriso
E o sabor dos olhos
Mas foi dado com tanto carinho, imagino
Não precisou usar nenhuma palavra
Para ofertá-lo
Então guardei
Na caixinha de música da mente
Para nunca mais esquecer o som
Que embalava o vazio
4 comentários:
Entender a música do silêncio é não sofrer com ele. Belo poema, Paulinha. Bjos.
embalar o vazio, voce e genial!!!!!
um beijao!!!!
Pois é, o silêncio... Quem sabe que lá ele não estava fora a trabalho, né não? Aiaiaiai... kkkk
O Sibarita
Nem sempre o silêncio se faz ouvir tão claramente!... E nem sempre se faz tão silêncio, ao ponto de não ser possível ler-se!... O silêncio que se espera, quando o silêncio o aguarda, é recado levinho a flutuar na esperança de não ser interrompido nem apagado!... É como uma confidência que sorri e que, silenciosamente se faz ouvir!... Talvez como o beijo mais silencioso se faz todo de viva voz!...
Bom fim de semana
Abraço
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